Realidade Não-Aumentada

A realidade aumentada é um recurso ainda novo que está vivendo uma longa e curiosa fase experimental. Dentre todos os aspectos que fazem dela curiosa e experimental está o fato de JÁ ter gente dizendo que a técnica é ultrapassada (sim, já me comentaram sobre isso). Sob esse olhar mais blasé, o comercial do Itaú que estreou esse fim de semana na TV pode soar anacrônico e trash mas, na verdade, ele traduz com perfeição o momento que estamos vivendo.

Cada vez que uma promissora forma de interação é explicada de forma didática em um canal tão abrangente (e acho que poderia ter sido até MAIS didática), os profissionais que trabalham com comunicação digital economizam alguns meses da sua vida e uma parte dos cabelos que ainda não branquearam por não precisar convencer seus clientes sobre o assunto. Assim sendo, todos temos que agradecer ao Itaú por esse pequeno ganho de tempo, suor e saliva, assim como já tivemos que agradecer à Gol por ensinar milhões de brasileiros a se tornarem clientes de e-commerce e confiar em um A4 saído de uma impressora.

Depois desse comercial, mais uma vez me convenço: a verdadeira realidade aumentada são aquelas palestras, livros e matérias que querem nos convencer que vivemos num episódio dos Jetsons quando estamos muito mais pra essa rica colagem cyberpunk em que estamos metidos.

6 comentários em “Realidade Não-Aumentada

  1. A realidade aumentada não está ultrapassada por que ainda não foi explorado todos seus uso e recursos. A realidade aumentada está sim é banalizada principalmente pela propaganda que usa a tecnologia de maneira gratuíta, e por isso essa percepção de já ser coisa velha.

    Eu agradeceria ao Itaú se tivesse feito um bom uso do recurso, e não apenas uma “brincadeira pela brincadeira”, deixando a realidade aumentada ainda mais banal.

    Mas enfim, muitas pessoas que não usam internet com a mesma freqüência que eu ainda se encantam, e para o Itaú, empresa que comunica com milhões de pessoas ainda vale. Em outros casos diria: quer fazer, faz direito, senão deixa pra lá.

  2. Aumentada é essa sensação que tal tipo de de ferramenta está ultrapassada. Também acho muito pertinente a iniciativa do Itaú, que inovou em canal aberto e não naquela revista especializada que conversa com geeks e ratos de internet. Um viva! para o Itaú. E outro viva! para nós que temos um bom argumento para apresentar esse tipo de tecnologia aos cliente sem parecer um marciano. Belo texto, Mini.

  3. Realidade aumentada é interessante quando usada assim, com utilidade, criatividade e desdobramento na vida real das pessoas: http://www.thehiddenpark.com/

    Já a ideia do Itaú é um desserviço: o cara compra um anúncio de revista, compra espaço na TV, e usa os dois para vender um vídeo em RA que poderia estar no YouTube.

    Tecnologia é melhor quando é invisível.

  4. mini, gostei bastante da tua análise. tive extamente essa percepção quando vi esse comercial pela primeira vez. na minha visão, essa ação, esse comercial, tudo isso não é para mostrar os recursos de realidade nem aumentada nem se aproveitar de sua potencialidade. é um gancho para falar de modernidade e de um banco que acompanha as mudanças que estão rolando, mas que também sabe que tem muito cliente que está mais para o pai do comercial do que para o filho. considero esse comercial quase uma crônica dos nossos tempos, com uma sutileza que agride a maioria de nós, que convivemos no ritmo frenético dos tweets. assumir que nossa realidade é essa pode doer. mas esquecer que essa é a nossa realidade é ainda pior e gera ideias que não conversam com o modus operandi do mainstream. e, convenhamos, itaú é mainstream. é uma iniciativa louvável aproximar essas gerações separadas por uma revolução tecnológica e trazer com leveza a realidade: a maioria de nós, brasileiros, estamos aprendendo a lidar com a tecnologia. fazer um comercial como esse é uma lição de entendimento da sociedade tupiniquim, e também de despreendimento daquela fleuma que nos distancia da realidade. o haiti não é aqui. mas, convenhamos que tóquio, nova iorque e londres também não são, né.

  5. Se eu quiser ver vídeo, vou no Youtube. Se fosse propaganda das Casas Bahia, estaria bem, afinal vendem computador com “tela fininha”, que “Roda filmes” e “tem internet”.

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